EDUCAÇÃO E ARTE: SONHAR, CONSTRUIR, REALIZAR.

Sobre o ABA

Projeto premiado com a XI edição do Prêmio Arte na Escola Cidadã do Instituto Arte na Escola/ Fundação IOCHPE como a melhor iniciativa em artes do ensino médio em 2010.
O Auto da Barca Amazônica é uma iniciativa em ensino de artes para alunos de escolas públicas.O espetáculo foi criado em 2007 pelos professores Jaqueline Cristina Sosi , artista da cena e Paulo Anete, carnavalesco.A iniciativa tem por objetivos trabalhar a linguagem cênica (teatro, dança circo e cenografia) que resulta na produção de um grande cortejo que sai pelas ruas da cidade de Abaetetuba,localizada na região do baixo Tocantins, estado do Pará
Fiquem à vontade e divulguem nosso trabalho.

Palavras chave:
educação; arte; cortejo;carnaval;circo;teatro;dança

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Reportagem da Revista Veja: Aula Cronometrada


Aula cronometrada

Com um método já aplicado em países de bom ensino, 
o Brasil começa a investigar o dia a dia nas escolas


Roberta de Abreu Lima
Fotos Eduardo Martino/Documentography e Istockphoto/RF
Controle do tempo
Escola municipal no Rio de Janeiro: os cronômetros vão ajudar a entender as causas da evidente ineficácia na sala de aula

As avaliações oficiais para medir o nível do ensino no Brasil têm se prestado bem ao propósito de lançar luz sobre os grandes problemas da educação – mas não fornecem resposta a uma questão básica, que se faz necessária diante da sucessão de resultados tão ruins: por que, afinal, as aulas não funcionam? Muito já se fala disso com base em impressões e teoria, mas só agora o dia a dia de escolas brasileiras começa a ser descortinado por meio de um rigoroso método científico, tal como ocorre em países de melhor ensino. Munidos de cronômetros, os especialistas se plantam no fundo da sala não apenas para observar, mas também para registrar, sistematicamente, como o tempo de aula é despendido. Tais profissionais, em geral das próprias redes de ensino, já percorreram 400 escolas públicas no país, entre Minas Gerais, Pernambuco e Rio de Janeiro. Em Minas, primeiro estado a adotar o método, em 2009, os cronômetros expuseram um fato espantoso: com aulas monótonas baseadas na velha lousa, um terço do tempo se esvai com a indisciplina e a desatenção dos alunos. Equivale a 56 dias inteiros perdidos num só ano letivo.
Já está provado que a investigação contínua sobre o que acontece na sala de aula guarda relação direta com o progresso acadêmico. Ocorre, antes de tudo, porque tal acompanhamento permite mapear as boas práticas, nas quais os professores devem se mirar – e ainda escancara os problemas sob uma ótica bastante realista. Resume a especialista Maria Helena Guimarães: "Monitorar a sala de aula é um avanço, à medida que ajuda a entender, na minúcia, as razões para a ineficácia". Não é de hoje que países da OCDE (organização que reúne os mais ricos) investem nessas incursões à escola. Os americanos chegam a filmar as aulas. O material é até submetido aos professores, que são confrontados com suas falhas e insucessos. Das visitas que fez a escolas nos Estados Unidos, o pedagogo Doug Lemov depreendeu algo que a breve experiência brasileira já sinaliza: "Os professores perdem tempo demais com assuntos irrelevantes e se revelam incapazes de atrair a atenção de alunos repletos de estímulos e inseridos na era digital".
Numa manifestação de flagrante corporativismo, os professores brasileiros chegaram a se insurgir contra a presença dos avaliadores dentro da sala de aula. Em Pernambuco, o sindicato rotulou a prática de "patrulhamento" e "repressão". Note-se que são os próprios professores que preferem passar ao largo daquilo que a experiência – e agora as pesquisas – prova ser crucial: conhecer a fundo a sala de aula. Treinados pelo Banco Mundial, os técnicos já se puseram a colher informações valiosas. Afirma a secretária de educação do Rio de Janeiro, Claudia Costin: "Pode-se dizer que o cruzamento das avaliações oficiais com um panorama tão detalhado da sala de aula revelará nossas fragilidades como nunca antes". Nesse sentido, os cronômetros são um necessário passo para o Brasil deixar a zona do mau ensino.

3 comentários:

  1. Na minha humilde opinião, as aulas são ineficazes porque nós professores temos que gastar o precioso tempo que deveria servir para a construção de conhecimentos, ensinando aos alunos coisas que deveriam aprender em casa: respeito, valores, boa conduta. Quantas vezes é necessário parar a aula para pedir silêncio, para que os alunos parem de se ofender, temos que separar briguinhas, e etc. E olha, me considero uma professora que pesquisa, que busca sempre inovar e tentar relacionar os conteúdos com a realidade dos educandos. Mesmo assim, tenho alunos que se negam a realizar as propostas, se dizem "cansados" (afe), ou fazem tudo de qualquer jeito para sobrar tempo para perturbar a aula. Dizer que cronômetros são um passo necessário para o Brasil deixar a zona do mau ensino é uma piada. Tanta coisa a mais pra ser revista. Obrigada Jaque pela postagem! Pude desabafar fazendo este comentário. Abração!

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  2. Obrigada Ju pelo comentário.
    O problema todo é que se a educação nesse país ñ funciona, toda a culpa é colocada no professor, como se o professor fosse culpado pela falta de estrutura, pelos baixos salários, pela idiotização em massa da população pelos meios de comunicação, enfim tds as problemáticas que conhecemos.
    Fazemos nossa parte, mas cada cidadão é responsável pela educação da população tb.

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  3. cronômetros em sala de aula é mais uma forma de desviar o dinheiro público.Porque em vez de vigiar o prof ñ vigiam os políticos que roubam tanto dinheiro público?Eles que ganham muito bem têm aumento de salário sem precisar fazer greve...O prof ganha pouco,trabalha feriado,fim de semana...e ouve muito desaforo de aluno e pai de aluno.Não sei porque o governo está preocupado com a educação,se ñ valoriza essa área agora implantou o ciclo da infancia onde o aluno passa de um ano para o outro com pouco ou nenhum conhecimento.Culpa do prof?Não, culpa do sistema se o aluno sabe que ele vai passar no de ano pra que estudar?É isso que eles falam e o pior o governo oferece bolsa família...e o aluno vai para escola sem material escolar porque ñ fiscalizam esse dinheiro?E agora querem aumentar os dias letivos p/220 dias,é claro que tem pai que vai adorar essa ideia,pois vão ficar mais tempo longe dos filhos...Precisamos urgentemente nos unir, como disse a prof Vanessa Storrer,e apresentar um projeto de lei que nos ampare e nos valorize e rezar para que seja aprovado no congresso.

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