EDUCAÇÃO E ARTE: SONHAR, CONSTRUIR, REALIZAR.

Sobre o ABA

Projeto premiado com a XI edição do Prêmio Arte na Escola Cidadã do Instituto Arte na Escola/ Fundação IOCHPE como a melhor iniciativa em artes do ensino médio em 2010.
O Auto da Barca Amazônica é uma iniciativa em ensino de artes para alunos de escolas públicas.O espetáculo foi criado em 2007 pelos professores Jaqueline Cristina Sosi , artista da cena e Paulo Anete, carnavalesco.A iniciativa tem por objetivos trabalhar a linguagem cênica (teatro, dança circo e cenografia) que resulta na produção de um grande cortejo que sai pelas ruas da cidade de Abaetetuba,localizada na região do baixo Tocantins, estado do Pará
Fiquem à vontade e divulguem nosso trabalho.

Palavras chave:
educação; arte; cortejo;carnaval;circo;teatro;dança

sexta-feira, 17 de junho de 2011

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Jaqueline Souza
Contatos: (91) 8812-9753/91 8135-3753

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Alguns homens vêem as coisas como são, e dizem 'Por quê?' Eu sonho com as coisas que nunca foram e digo 'Por que não ?'
George Bernard Shaw

sexta-feira, 3 de junho de 2011

'Arte torna os humanos mais humanos''


Mariana Mandelli - O Estado de S.Paulo

ENTREVISTA - Evelyn Ioschpe, presidente do Instituto Arte na Escola
Para a pesquisadora Evelyn Ioschpe, o ensino de artes no Brasil, apesar de ter potencial de melhorar o desempenho geral dos alunos, ainda enfrenta alguns entraves. Leia a seguir a entrevista.
Ter aulas de artes na escola ajuda o aluno nas outras disciplinas?
Por legislação, o ensino de artes é obrigatório no Brasil. Mas ainda temos pouquíssimas pesquisas sobre esse assunto (o impacto no desempenho) aqui. O que conhecemos se refere às pesquisas feitas nos Estados Unidos, que já diagnosticaram que as aulas de artes previnem evasão e fixam o aluno na escola. E isso é muito importante, porque a evasão escolar custa bilhões por ano aos sistemas educacionais de diversas partes do mundo.
Por que estudar artes pode impactar no desempenho global do estudante?
Porque as artes ajudam na organização do texto, no repertório de outros conteúdos, no raciocínio espacial, na capacidade de compreender assuntos diversos, nas habilidades de leitura e matemática, nos valores de cidadania. E também dá, ao aluno, mais comprometimento, produtividade, autoconfiança e vontade de assumir riscos. O aluno passa a compreender melhor os diferentes conceitos que existem nas mais diversas disciplinas e conteúdos que ele teve, tem e terá em sala de aula. Dessa forma, o ensino de artes pode até aumentar o interesse e o gosto pelos estudos.
Em que sentido as artes trazem lições de cidadania à escola?
A arte consegue trabalhar com a criatividade e a sensibilidade das crianças, despertando isso nelas. Costumo repetir uma frase que resume bem toda essa ideia: a arte torna os humanos mais humanos.
Como você analisa a atual situação do ensino de artes no Brasil? Quais são os principais obstáculos? 
Os últimos dados sobre educação mostram que as áreas onde mais faltam professores são nas disciplinas de física e artes. É uma questão urgente. As políticas públicas precisam contemplar isso. Precisamos formar mais e melhor esses professores que saem para enfrentar as salas de aula todos os anos. Eles chegam com dificuldades para lidar com os alunos e despreparados para entrar em sala.
QUEM É
Evelyn Berg Ioschpe é socióloga, jornalista e presidente do Instituto Arte na Escola.
Envolveu-se com pesquisas e projetos voltados para educação e terceiro setor. Foi presidente do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife). 
Acesse o link:http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110530/not_imp725585,0.php

Estudar artes eleva as notas em geral


Conclusão é de relatório da Fundação Iochpe, que viu melhora na escola pública

30 de maio de 2011 | 0h 00
Por: Mariana Mandelli - O Estado de S.Paulo
Ter contato com artes plásticas, dança, música e cinema na escola pode melhorar o desempenho geral nos estudos. É o que mostra o último relatório de avaliação do Projeto Arte na Escola, da Fundação Iochpe, que apoia programas educacionais.
Para chegar ao resultado, foram analisados os resultados da Prova Brasil 2007 referentes ao desempenho dos alunos da 8.ª série nas provas de língua portuguesa e matemática das escolas públicas nas quais o ensino de artes é realizado pelos professores do Projeto Arte na Escola. Os alunos que frequentam essas escolas apresentaram melhor desempenho que aqueles que cursam escolas fora do projeto.
Segundo os dados do estudo, finalizado neste ano, o aumento na nota de língua portuguesa é, em média, de 2,7 pontos. Em matemática, o acréscimo chega a 7,1 pontos. Participaram do relatório 150 escolas.
Para Evelyn Ioschpe, presidente do Instituto Arte na Escola - um dos programas da Fundação Iochpe -, o ensino das artes no currículo escolar é essencial para dar ao aluno um entendimento mais amplo das outras disciplinas. "Há poucas pesquisas nesse estilo no Brasil. Conhecemos mais os estudos dos Estados Unidos, que já mostram que as aulas de artes previnem a evasão e fixam o aluno na escola", explica (mais informações nesta página).
A ex-presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) e membro do Conselho Curador da Fundação Iochpe, Maria Helena Guimarães, afirma que o aluno que tem contato com artes desenvolve memória e conhecimento lógico e amplia seu repertório. "Ele adquire habilidades fundamentais para ter um bom desempenho nas outras disciplinas."
Valores. Para os educadores, a arte pode ser explorada em diversas dimensões dentro dos outros conteúdos dados na escola. Uma análise da trajetória do artista espanhol Pablo Picasso, por exemplo, pode aparecer nas aulas de história para tratar da Guerra Civil Espanhola a partir de seu famoso quadro Guernica.
Mas, além de elevar o conhecimento escolar dos estudantes, o ensino de arte impacta na formação cultural e humana da criança e do adolescente, formando um cidadão mais responsável e sensível. Para a professora da rede pública Jaqueline Cristina Souza da Silva, de 32 anos, de Belém (PA), a arte também serve para incentivar jovens de regiões carentes. "Há comunidades com potencial onde, por falta de estímulo, a cultura local acaba morrendo." Ela foi uma das vencedoras do Prêmio Arte na Escola Cidadã 2010.
Julmara Sefstrom, de 34 anos, que também já venceu o prêmio e leciona em escolas municipais de Içara e Criciúma (SC), concorda. "Toda criança tem direito à cultura e à arte, mas muitas com as quais convivo diariamente só tem este acesso por meio das aulas", afirma.
Os materiais usados devem explorar, segundo os educadores, todos os sentidos dos alunos. "A exploração de diferentes ferramentas desenvolve todo o processo de percepção da criança", diz a professora do Colégio Santa Maria Luciana Proença, de 31 anos, que lida com crianças de 3. "Tintas coloridas, papéis, folhas secas e até legumes podem servir", explica.
Vera Lúcia Iamburus, de 49 anos, professora de artes do Colégio Santo Américo, diz que os estudantes devem abolir a ideia de que não vão usar o conteúdo aprendido nas aulas de artes na futura vida profissional. "Um diretor de empresa deve ser criativo e sensível para o mundo. E as artes ensinam a buscar novas perspectivas, visões e possibilidades", esclarece.
O gosto pelas artes na educação básica pode se transformar em uma opção de carreira. "Nosso professor de música é ex-aluno da escola", conta a vice-diretora do Colégio Renovação, Claudia Baratella. "A aula pode despertar esse gosto nos alunos: eles podem ver que a vida pode ser mais colorida."
Janaina Peresan, de 36 anos, professora da escola Espaço Aberto, acha que as aulas devem levar a criança para um universo além da mídia de massa. "Não tenho nada contra, mas meu objetivo é levar a eles o lado lúdico da música popular e da arte circense, por exemplo", diz.